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A força das cores na arquitetura de interiores

Na arquitetura de interiores, a cor ultrapassa o campo da estética. Para as arquitetas Carolina Castilho e Marianna Teixeira, do escritório Freijó Arquitetura, ela é um recurso técnico e emocional capaz de organizar espaços, definir atmosferas e traduzir sensações. O uso consciente da paleta cromática permite criar identidade sem depender apenas das tendências. Em um dos projetos, a dupla integrou sala, cozinha e varanda com fluidez, mas manteve a sensação de setorização ao combinar madeira no teto e branco nas áreas de estar. Em outro, o azul entrou como elemento de equilíbrio entre o tijolinho e a madeira, suavizando o formato comprido da planta e tornando o ambiente mais acolhedor.

Elas acreditam que o emprego das cores é bastante versátil e tem um impacto expressivo: “Um ambiente pode parecer maior quando paredes e mobiliário são mais claros, além de contribuírem com a iluminação geral. Já os tons escuros são voltados a gerar impacto e contraste”.

Fotos: Patrícia Castilho

Em um terceiro projeto, a marcenaria de madeira foi protagonista: o painel que se estende pelo teto e hall cria uma espécie de “caixa” que envolve o morador, ao mesmo tempo em que oculta o ar-condicionado e valoriza a iluminação indireta. A cor também apareceu com força na entrada de outro apartamento, onde o pórtico monocromático azul cobre paredes, teto e porta, produzindo um efeito cenográfico e impactante.

Fotos: Mariana Camargo

Para encerrar, Carolina e Marianna destacam o papel da madeira como cor-base de muitos projetos. O piso de taco restaurado domina o living, enquanto o verde dos armários e da ilha da cozinha cria contraste e delimita os espaços. “Essa troca de cores entre os materiais produz uma linha clara de transição entre os ambientes e um visual surpreendente”, conclui Carolina.